Enchente no córrego do Ginásio. Foto: Francisco Ferreira.
Microcontos de 4/4/17 – Palavra do dia: MULHER
I
O império atordoou-se quando Pompéia anunciou o seu divórcio do imperador.
Acorreram as amigas e senadores para dissuadi-la. Até Publius Clodius foi
chamado a intervir. Tudo em vão. Questionada sobre o motivo de tão radical
decisão, proferiu:
−À Pompeia não basta parecer, tem de sentir-se mulher.
II
Não temeu, pois era o seu reino. Adoecido pela barbárie, mas ainda assim
o seu reino. Eis que, vindo de todos os recantos do submundo, os demônios a
atacaram. Dilaceraram suas carnes, fizeram-na sangrar, mataram-na. Seu único
crime: querer ser mulher. E, no reino de Dandara, a punição é a morte.
III
No julgamento de Lilith, pergunta o arcanjo:
−Criada da mesma matéria, coproprietária do Éden, senhora do planeta, primogênita
da criação, aquela à quem o Pai confiou a missão de ser mãe da humanidade.
Porque desdenhaste o Pai e seu marido, para viver com demônios?
−Porque sou mulher, jamais um objeto
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