Microcontos de 10/4/17 – Palavra do dia: SANGUE
I
Colocava tanto veneno nas palavras, que, num descuido, morreu ao morder
língua.
II
Sentiu pela primeira vez o gosto metálico e doce. Era bom. Uma corrente
elétrica percorreu-lhe o corpo. Queria e precisava de mais. Sugou todo o sangue
que pode e partiu para um novo corpo vivo e quente e sucessivamente para
outros, até não restar nenhum macaco. Todos vítimas de febre amarela.
III
Apesar do olhar meigo e inocente, todo aquele sangue nas roupas e o
cutelo jogado num canto... Olhava do cabo para o soldado e respondia lentamente
às perguntas: “Nome? Aderaldo de Sá. Profissão? Açougueiro. Viu o acidente?
Não. Então circulando!”
IV
A fachada velha e descuidada, o casal com ares de gente de outro mundo
lhe assustou, mas o cansaço venceu-o e se hospedou ali mesmo. Acordou assustado
com as marcas pelo corpo e o sangue nas paredes. Não havia nenhuma dúvida de
que aquela velha pensão era assombrada por pernilongos e pulgas.
V
Sujeito homem, com sangue no olho, matava a sangue frio. Quando começou a cortejar
a menina, ela lhe advertiu que não tinha sangue
de barata. Uma discussão boba esquentou lhe o sangue... A mina de atitude esfriou-lhe com três
balaços.
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