Espadas de São Jorge. Foto: Francisco Ferreira.
Micro Contos de 5/7/17
- Palavra do dia: PONTEIRO
I
A mulher do comissário,
suspirava quando o ponteiro novo e bonitão, tocava o berrante. O marido
insatisfeito, vendeu o que tinha, em segredo, limpou e municiou as armas e
prometeu a si que depois da marcha, aquilo terminaria. Entregue a boiada,
montou a cigana Catarina na garupa e sumiu rumo Goiás.
II
Enquanto um segurava o
ponteiro, o outro batia com a marreta. Confiança e equilíbrio faziam com que,
em trinta anos quebrando pedras todos os dias, jamais errassem uma marretada
sequer. Naquela manhã, quando João se lembrou das mãos de Zeca nas ancas de
Maria, titubeou... e arrebentou-lhe o crânio.
III
O coronel, para fazer
vista ao deputado que o visitava, ostentava na algibeira, relógio de bolso de
dezoito quilates. Em dado momento, sua excelência quis saber das horas. O
matuto sacou da estrovenga, mira os ponteiros marcando meio dia e vocifera:
−O grande tá incima do
piqueno e o pau tá cumeno.
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