domingo, 1 de outubro de 2017

Microcontos (095 a 099/2017)




Microcontos de 10/4/17 – Palavra do dia: SANGUE



I

Colocava tanto veneno nas palavras, que, num descuido, morreu ao morder língua.



II

Sentiu pela primeira vez o gosto metálico e doce. Era bom. Uma corrente elétrica percorreu-lhe o corpo. Queria e precisava de mais. Sugou todo o sangue que pode e partiu para um novo corpo vivo e quente e sucessivamente para outros, até não restar nenhum macaco. Todos vítimas de febre amarela.



III

Apesar do olhar meigo e inocente, todo aquele sangue nas roupas e o cutelo jogado num canto... Olhava do cabo para o soldado e respondia lentamente às perguntas: “Nome? Aderaldo de Sá. Profissão? Açougueiro. Viu o acidente? Não. Então circulando!”



IV

A fachada velha e descuidada, o casal com ares de gente de outro mundo lhe assustou, mas o cansaço venceu-o e se hospedou ali mesmo. Acordou assustado com as marcas pelo corpo e o sangue nas paredes. Não havia nenhuma dúvida de que aquela velha pensão era assombrada por pernilongos e pulgas.



V

Sujeito homem, com sangue no olho, matava a sangue frio. Quando começou a cortejar a menina, ela lhe advertiu que não tinha sangue de barata. Uma discussão boba esquentou lhe o sangue... A mina de atitude esfriou-lhe com três balaços.






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